"Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos" (Pitágoras)







"ÀS MINHAS CRIANÇAS"

smileys falando

segunda-feira, 31 de maio de 2010



Amanhã, dia 1 de Junho festeja-se o 60 º Dia Mundial da Criança. Para saber como este dia foi instituído pode consultar este site. O objectivo é chamar a atenção para os Direitos da Criança, e sobretudo para aquelas crianças a quem esses direitos ainda estão vedados:
  • Aquelas vítimas de crime, de rapto, venda e tráfico, de negligência, maus-tratos ou trabalho infantil. As piores formas de trabalho infantil incluem a prostituição e a exploração sexual.
  • As que não têm família, cuidados de saúde ou frequência da escolaridade obrigatória.
  • As que são desrespeitadas por serem de determinada cor ou religião.
  • As que não sabem o que é atenção, dedicação, carinho.
  • As que agradeceriam um ralhete e correriam para um beijo.
  • As que se deslumbrariam para sempre pelo momento único de uma história contada no aconchego de um colo novo que gostariam que fosse sempre seu.
  • As que não têm com quem passar o Natal...


Para todas as crianças mas para estas últimas especialmente, vai este poema...


A Criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito...


... A ser para o homem a
Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,
Pois só é livre, feliz
Quem pode deixar crescer
Um corpo são,
Quem pode deixar descobrir
Livremente
O coração
E o pensamento.
Este nascer e crescer e viver assim
Chama-se dignidade.
E em dignidade vamos
Querer que a criança
Nasça,
Cresça,
Viva...


...E a criança nasce
E deve ter um nome
Que seja o sinal dessa dignidade.
Ao Sol chamamos Sol
E à vida chamamos Vida.
Uma criança terá o seu nome também.
E ela nasce numa terra determinada
Que a deve proteger.
Chamemos-lhe Pátria a essa terra,
Chamemos-lhe antes Mundo...


...E nesse Mundo ela vai crescer.
Já sua mãe teve o direito
A toda a assistência que assegura um nascer perfeito.
E, depois, a criança nascida,
Depois da hora radial do parto,
A criança deverá receber
Amor,
Alimentação,
Casa,
Cuidados médicos,
O amor sereno de mãe e pai.
Ela vai poder
Rir,
Brincar,
Crescer,
Aprender a ser feliz...


...Mas há crianças que nascem imperfeitas
E tudo devemos fazer para que isto não aconteça.
Vamos dar a essas crianças um amor maior ainda.


E a criança nasceu
E vai desabrochar como
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro,
E
Uma flor,
Uma árvore
Um pássaro
Precisam de amor – a seiva da terra, a luz do Sol.

De quanto amor a criança não precisará?
De quanta segurança?
Os pais e todo o Mundo que rodeia a criança

Vão participar na aventura
De uma vida que nasceu.
Maravilhosa aventura!
Mas se a criança não tem família?
Ela tê-la-á, sempre: numa sociedade justa
Todos serão sua família.
Nunca mais haverá uma criança só,
Infância nunca será solidão.


E a criança vai aprender a crescer.
Todos temos de a ajudar!
Todos!
Os pais, a escola, todos nós!
E vamos ajudá-la a descobrir-se a si própria
E os outros.
Descobrir o seu mundo,
A sua força,
O seu amor,
Ela vai aprender a viver
Com ela própria
E com os outros:
Ela vai aprender a fraternidade,
A fazer fraternidade.
Isto chama-se educar:
Saber isto é aprender a ensinar.


Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar...
Será o sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes...



A criança é um mundo
Precioso
Raro.
Que ninguém a roube,
A negoceie,
A explore
Sob qualquer pretexto.
Que ninguém se aproveite
Do trabalho da criança
Para seu próprio proveito.
São livres e frágeis as suas mãos,
Hoje:
Se as não magoarmos
Elas poderão continuar
Livres
E ser a força do Mundo
Mesmo que frágeis continuem...



A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,
Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno:
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças,
Nem classes sociais:
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende,
Nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!
« Os Direitos da Criança », de Matilde Rosa Araújo
In As Crianças, Todas as Crianças,
Livros Horizonte, Lisboa, 1979.

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